quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Batuque de Umbigada

Bah.
Como é difícil, certas vezes, encontrar palavras para descrever momentos e sensações, acho que em nosso “dialeto” gaúcho o BAH (que a gente usa para quase tudo) poderia ajudar, mas não seria o bastante.
A viagem a Tietê (SP) foi absurdamente fantástica. Possibilitou a todos que foram não só participar de uma festa de Batuque de Umbigada (nosso objetivo a priori), mas aprender muito com os mestres da cultura popular.
Parte do grupo de brincantes...prontos para a umbigada
Chegamos ao barracão onde a festa ocorreria de cantinho, sem fazer muito alarde, com muito respeito e vontade de participar e de repente,sem que percebêssemos, fazíamos parte daquele festejo. 
Nós, nos sentindo tão estrangeiros, fomos tratados como os “de casa”.
A celebração foi no barracão da Igreja de Santa Cruz em Tietê e começou por volta das 23h do dia 25 de setembro. Os mestres tocando e os batuqueiros e batuqueiras “ensinando” a dança. Pouco a pouco as pessoas iam se sentindo a vontade e entravam na brincadeira começando a umbigar.

Barracão de Santa Cruz.
Cores dançantes.

A idéia é simples: duas fileiras (uma de homens e uma de mulheres) frente a frente; quando a música começa os homens se aproximam (parece até um cortejo) e quando eles se afastam as mulheres os seguem (imagino que seja a vez delas de cortejar). Em seguida as mulheres voltam aos seus lugares e os homens seguem-nas.A partir daí começa a umbigada.A idéia é umbigar algumas vezes com o par (alguns dizem que três vezes,mas não parece ser consenso) e depois de dado o recado procurar outro par ou simplesmente ficar dançando até que outro par apareça.

Enfim, foi extraordinário. Umbigamos até de manhã e enquanto umbigávamos, naturalmente, aprendíamos sobre a cultura, a dança, as pessoas e ,impressionantemente, sobre nós mesmos.
Baita experiência, baita vivência e um baita orgulho de viver em um país que de norte a sul possui uma cultura tão rica e diversa.



Umbigando.

Fica aqui o nosso agradecimento a toda comunidade de Tietê que nos acolheu nesse fim de semana e que nos possibilitou aprender tanto e aos batuqueiros de Tietê, Capivari, e Piracicaba, por preservar e difundir nossa cultura popular.
Batuqueiras.

Um- brigadu” em especial para os grandes mestres do batuque: Seu Herculano, Seu Dado,Seu Dito, Dona Anecide e outros tantos.
Brincantes e Seu Herculano,grande mestre.

Brigadu, um baita abraço e ...
bora umbigar.

Um comentário:

Unknown disse...

Quem dera os mestres fossem eternos, hein!