segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Festival Folklórico de Rio Grande

Tecidos tingidos com açafrão para o quadro afro
             Já faz mais de um mês que o grupo de Brincantes do Paralelo 30 retornou da Patagônia, mas com tantos projetos e atividades no nosso retorno, ficou difícil parar e compartilhar no blog nossa experiência em terras argentinas.
            Depois de muito preparo incluindo ensaios, costuras, tingimentos, e etetara estavam prontos para o Festival em Rio Grande e nossa experiência lá não poderia ter sido melhor.
            Nossa viagem teve uma repercussão bem bacana e uma de nossas brincantes, Amanda de Mello Martins (Técnica em Assuntos Educacionais - COMGRAD), foi convidada a escrever um relato de sua experiência para o Boletim Informativo do Instituto de Matemática da UFRGS.
Relato que compartilho abaixo:
Grupo de extensão da UFRGS vai à Patagônia participar de Festival Folklórico de Rio Grande
Amanda de Mello Martins, Técnica em Assuntos Educacionais - COMGRAD

            Desde junho de 2011, faço parte de um grupo de dança, pesquisa e vivências sobre cultura popular, chamado Grupo de Brincantes do Paralelo 30. Atualmente é um grupo de extensão da UFRGS, mas sua fundação, como o próprio grupo define foi um “misto de juntamento com companhia, o grupo de Brincantes do Paralelo 30º nasceu numa sexta-feira, 4 de junho de 2004. Num encontro de amigos, entre risadas e brincadeiras, surge uma idéia. Séria? Talvez. Alguns parceiros da dança, reunidos sob o paralelo de número 30, decidem criar um grupo onde possam construir e desconstruir sua grande paixão: a cultura popular, nas suas mais diversas manifestações”.
Estou adorando participar do grupo, justamente porque ainda mantém essa essência de brincadeira, celebração e alegria de viver a dança brasileira. Entrei no grupo simplesmente pela vontade de voltar a dançar. Uma paixão que tenho desde pequena, mas da qual acabei me afastando em função de outras prioridades da vida. Então, no dia 26 de maio, comemorando o aniversário de uma amiga querida, o pessoal do grupo me faz o convite, eu aceito de cara e fico muito feliz com a idéia de voltar a dançar de maneira despretensiosa e alegre.
            Foi uma surpresa para mim, quando soube que havíamos sido convidados para dançar num Festival Folklórico na Patagônia. O Festival aconteceria numa cidadezinha com o mesmo nome de uma cidade aqui do nosso Estado: Rio Grande. Não é um lugar conhecido, geralmente as pessoas conhecem Ushuaia. Mas Rio Grande é feito de pessoas extremamente acolhedoras, hospitaleiras e com costumes muito semelhantes aos nossos, los gauchos, uma cultura platina. Desde o momento em que decidimos ir, começamos a ficar ansiosos. Precisávamos aprimorar alguns quadros apresentados pelo grupo, terminar de compor figurino, feito por duas participantes do grupo; ajeitar bagagem. Enfim, uma função. O coordenador do grupo, Professor Jair Felipe Umann nos falou sobre a simplicidade do lugar; e que talvez não ficássemos muito bem acomodados. Fui preparada para o pior. Chegando lá, com uma temperatura de 5ºC, tenho a agradável surpresa de ser muito bem recebida e instalada: um bom e reforçado café da manhã, calefação, lugar simples, mas aconchegante. Lá, não se sente o frio (e olha que eu sou bastante sensível para o frio), levei roupas de inverno que acabei por não usar; calefação é tudo nessa vida!          
Casamento na Roça
Passei calor. E isso que o Professor Jair havia nos avisado. O ritmo foi intenso: ensaio, apresentação e cama! O Festival iniciava às 22h todos os dias, assim, acabava às 3h da madrugada. Quanto terminava estávamos todos podres. Ok, nem todos. Eu sim, por não estar acostumada com esse ritmo. E um tal de tira o figurino, coloca o figurino. Dançamos todas as três noites do Festival, animamos o público com nossas músicas e danças brasileiras. Danças afro como makulelê e jongo; quadrilha; xaxado e rodas de danças brasileiras. 

Conhecemos as danças deles e aprendi a dançar chacarera, zamba (não, não se parece em nada com o nosso samba) e carnavalito. Lá, eles também dançam chamamé, milongas, sapateado, boleadeiras, etc, tudo muito parecido com as danças gaúchas. Além das danças que aprendi, certamente, aprendi com eles o que é receber bem as pessoas, acolher e cuidar. 
Saí de lá levando comigo sorrisos, abraços e muito calor humano, posso dizer que não apenas conheci pessoas queridas, mas que fiz amigos.


Novos amigos
                                 
                                  Parabéns a nossa brincante,Amanda, pelo belo texto!!!
E até daqui a pouco....